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quinta-feira, 18 de maio de 2017

Filme da semana - Casamento de verdade.

Filme mostra mulher de mais de 30 anos que escondia namorada da família.
Longa tem trunfos, mas não desenvolve bem os conflitos entre personagens.





Um dos momentos mais tensos para qualquer pessoa da comunidade LGBTT é o de se abrir honestamente com a família a respeito da própria sexualidade. Um processo delicado e muito difícil que, na maioria dos casos, acaba por expor preconceitos e até violência por parte daqueles que deveriam prestar cuidados incondicionalmente.

A história é centrada no drama de Jenny (Katherine Heigl). Com mais de 30 anos, independente e aparentemente bem-resolvida, há cinco anos mora com sua namorada Kitty (Alexis Bledel), com quem pretende se casar. O problema é que ela jamais foi franca com sua família, que tenta sempre empurrar um “bom partido” para a filha solteira, que ainda vive com uma “colega de quarto”.

Como nunca aceita as investidas dos rapazes a ela apresentados, a irmã, Anne (Grace Gummer), e a mãe, Rose (Linda Emond), passam a acreditar que Jenny, na verdade, tem um relacionamento com um homem casado. Uma situação insustentável, que só termina quando Anne flagra a irmã beijando Kitty em uma loja de noivas. É o começo do processo.

Se Jenny, por um lado, enxerga a revelação com alívio, Rose e Eddie (o pai interpretado por Tom Wilkinson) entram em choque. Não se trata aqui da omissão ou mentira, mas o fato de não tolerarem a filha como lésbica. Logo há um enfrentamento e Jenny, até então sensível e serena, adquire características mercuriais, que produzem um racha na família.

Esse ponto destaca Katherine Heigl, que demonstra uma capacidade surpreendente de alternar insegurança e belicosidade em uma mesma tomada. Os monólogos sobre a necessidade de tolerância se revezam com ataques à própria tolerância. Em questões familiares, ninguém quer ser tolerado, mas amado. E Tom Wilkinson está lá, como opositor, em uma interpretação sólida, assistido por um roteiro afiado.

O talento da dupla e os diálogos, no fim, são os grandes trunfos da produção, que se torna complacente demais com as feridas abertas. Mary Agnes Donoghue apenas arranha a superfície, pois não desenvolve bem os conflitos entre os personagens em relação ao desfecho que apresenta. É doce demais.

Esse filme é muito fofo, vale a pena conferir!

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